Neste artigo, detalhamos os 6 tipos de startups mais comuns e seus principais aspectos, conforme a definição de Steve Blank.
Os 6 principais tipos de Startups, segundo Steve Blank
Definições e conceituações são super comuns no Ecossistema de Inovação, nem por isso, pouco controversas. No entanto, é importante seguirmos, sempre que possível, conceituações de grandes especialistas e estudiosos para termos maior clareza. Quando falamos de tipos de Startups. várias pesquisas nos levam aos seis tipos de startups definidos por Steve Blank. Podemos, então, respondendo a pergunta inicial, citar:
- startups escaláveis (Scalable Startups);
- empreendedoras corporativas (Large company / Corporate entrepreneurship);
- startups de pequeno e médio porte (Small and medium businesses);
- compráveis para impulsionar (Buyable Startup);
- startups de estilo de vida (Lifestyle Startup);
- empreendedores sociais (Social Startup).
Mas de onde vêm esses conceitos? Quem os cunhou, já sabemos, mas quem é o autor? E quão útil é essa classificação? Vamos descobrir isso neste artigo.
Delineando a origem dos “seis tipos de startups”
O Autor Steve Blank é um conhecido empresário do Vale do Silício e um acadêmico de empreendedorismo que, em 2005, lançou seu livro intitulado “Do Sonho à Realização em 4 Passos” (título inglês “The Four Steps to the Epiphany”). Nesta publicação, Blank propôs uma metodologia que chamou de “desenvolvimento do cliente”.
A metodologia aborda que a maneira ideal de prosperar como uma startup é manter as necessidades do cliente o tempo todo atendidas.
Antes de investir tempo e esforço em colocar todo o projeto ideal em um plano de negócios, é melhor dedicar-se à criação inicial de um MVP (produto mínimo viável) e testar se os clientes gostam dele. A ideia de Blank é parte precursora do que hoje chamamos de “a startup enxuta”, que também é o título de um famoso livro escrito por Eric Ries.
Essa referência ao Steve Blank, sem dúvida, é necessária ser feita e reconhecida. É um dos autores que influenciou e criou um importante olhar sobre as startups há quase 15 anos. Sendo um professor universitário na área do empreendedorismo, ele passou a maior parte de sua vida teorizando e dando palestras sobre como ter sucesso na construção de um negócio a partir do nada, do zero.
Reconhecendo a concepção inconsistente de empreendedorismo, no início dos anos 2010, Steve Blank definiu, em suas publicações, o que é uma startup e as classificou nos tipos mais comuns. A classificação é super conhecida hoje em dia.
Blank sugeriu que deveríamos distinguir os seis tipos de startups, conforme proposto a seguir.
1- As startups escaláveis (Scalable Startups)
Entre todos os tipos de startups, geralmente é a esse tipo que as pessoas se referem quando falam sobre as empresas em ascensão tecnológica no Vale do Silício e em outros clusters de inovação, como Xangai, Nova York ou Israel.
São empresas que desenvolveram um modelo replicável de negócio, com grande potencial de crescimento. Para escalar o negócio e conquistar sucesso, normalmente, precisam de aporte de capital, como o de investidores anjos.
Por exemplo, pessoas como Elon Musk, Steve Jobs e Mark Zuckerberg estão no jogo para sobreviver. Eles querem crescer e ter presença mundial com inovações disruptivas, que envolvam bilhões de pessoas e, consequentemente, gerem cifras bilionárias.
Com essa visão em mente, eles geralmente constroem equipes extraordinárias e levantam capital para financiar sua busca por um modelo de negócios viável e capaz de alimentar sua rápida expansão. Representando uma pequena parcela dos seis tipos de startups, os negócios escaláveis geralmente atraem a atenção da mídia e dos investidores em todo o mundo.
2- Empreendedorismo corporativo (Large company / Corporate entrepreneurship)
Quando uma gigante da tecnologia deseja expandir para novos mercados ou lançar novos produtos e serviços, mas sua estrutura e cultura atuais não estão adequadas para isso, elas investem nesse tipo de negócio. Eles podem adquirir uma startup comprável ou construir uma nova startup por conta própria, para a finalidade de inovar mais rapidamente.
Em suma, empresas de grande porte e já atuantes no mercado, mas que se encontram em uma fase em que é preciso inovar o seu modelo de negócio, portfólio ou, ainda, que querem “adquirir” times prontos. Isso é cada vez mais comum quando grandes empresas estão sob pressão de inovação contínua devido a mudanças nos gostos dos clientes.
Novas tecnologias e o surgimento de novos concorrentes. Um exemplo disso é o Google desenvolvendo sistemas operacionais Android para se adaptar à proliferação de dispositivos móveis há 10 anos. Na mesma linha, estão os Corporate Venture Capital, que são fundos constituídos por grandes empresas para esses movimentos de aquisição de startups, movimento cada vez mais comum no mercado.
3- Startups de pequeno e médio porte (small and medium businesses)
Configuram-se como as empresas iniciantes, com um potencial de escala pequeno e não tem planos ambiciosos de crescimento. Eles simplesmente não querem trabalhar para outra pessoa e administram seu próprio negócio para sustentar a família”. Eles não vão levantar capital de risco. Seu capital vem de suas próprias economias, alguns empréstimos bancários para pequenas empresas, parentes e amigos.
Na verdade, esse tipo de startup compõe a maior parte de todos os tipos de negócios nos Estados Unidos ou em qualquer país.
4- Startups compráveis (Buyable Startup)
Fundadas a partir do projeto de execução de uma grande ideia. Para que a empresa possa crescer, precisa de um impulso de investidores.
Algumas startups nascem com a ambição de crescer e dominar um setor, muitas vezes por elas mesmo criado, mas, em algum momento ao longo de seu crescimento, elas acabam sendo vendidas para gigantes da tecnologia. Essas startups podem ser consideradas startups compráveis, com o Instagram como exemplo. O Instagram foi comprado pelo Facebook por US$ 1 bilhão em 2012.
Em tese, quase todo mundo pode construir algo com seus cartões de crédito e seus laptops, basta uma boa ideia e uma execução ainda melhor Hoje em dia, empreendedores constroem um produto ou serviço, utilizando a internet e o levam ao mercado e o vendem para uma grande empresa quando seu valor chega a, por exemplo, US$ 5 milhões Essa seria uma venda precoce conhecida como “early exit”.
5- Startups de estilo de vida (Lifestyle Startup)
Essas empresas são movidas por um sonho, uma grande ideia que faz a busca por seu sucesso um estilo de vida para os envolvidos no projeto. Esse tipo de startup é exatamente o que as pessoas pensam quando dizem: “siga sua paixão e o sucesso o seguirá”.
Imagine que você tenha um amor genuíno por algum tema desde criança e queira ganhar a vida com esse hobby e, por sorte ou competência, realmente faz isso. Esse é o tipo de empreendedorismo como estilo de vida. É como ser um influenciador, blogueiro com infoprodutos, que pode evoluir para um e-commerce de itens relacionados ao seu estilo de vida.
6- Social Startup (Startups de Impacto)
Essas startups têm como principal objetivo mudar o mundo a sua volta. Elas querem causar impactos positivos para as comunidades em que atuam.
Esse tipo de empreendedor anseia por ideias de negócios que tornem o mundo um lugar melhor. Eles se preocupam mais com os impactos que poderiam causar do que com a riqueza que poderiam alcançar. Embora elas não tenham a pretensão primordial do lucro ou alto valor de uma venda, elas operam, de regra, como empresas que geram lucro, mas não os distribuem. Normalmente, todo lucro é revertido em investimento para geração de mais impacto.
Por que essa classificação é interessante?
A razão pela qual Steve Blank escreveu sobre as diferenças entre os tipos de startups tem como objetivo fornecer um retrato mais claro do cenário e ajudar os empreendedores e demais agentes do ecossistema a tomar melhores decisões.
Por exemplo, cada tipo de startup tem suas próprias características, especialmente em termos de financiamento e escala. Elas também exigem um ecossistema, ferramentas educacionais e incentivos econômicos (redução de impostos, redução de burocracia/regulamentação) diferenciados. Assim, não podem ser tratadas da mesma maneira, ou seja, reconhecendo os diferentes tipos de startups, é possível ter melhores práticas para apoiá-las.
Agora que você compreendeu alguns dos possíveis tipos de startups, e você está se encaminhando para o empreendedorismo, o que muito nos alegra, veja nossos artigos relacionados: