Os games, cada vez mais presentes na vida dos jovens, além de se tornarem um negócio gigantesco, serão a principal influência para a formação da cultura jovem neste Século 21.
Segundo recente artigo do jornal britânico, The Guardian @guardian, a cultura jovem, que no século passado, foi formada, grande parte pela música e seus astros, eventos gigantescos, está sendo substituída pelos Games como opção número um dos jovens, especialmente, os da geração Z – nascidos entre 2000 e 2012 – , quando se fala em entretenimento. E, obviamente, pelas questões que já tratamos aqui, a crise e o consequente isolamento social impostos pelo COVID, foram impulsionadores dessa realidade.
O que chama mais atenção são alguns fatos que mostram que o mercado dos Games vem superando mercados gigantescos do entretenimento, não só da música, mas também das gigantescas franquias de esportes americanas.
O mercado de Vídeo Games movimentou sozinho mais de 180 Bilhões de Dólares em 2020, mais do que qualquer esporte e filmes no mundo.
Segundo números do artigo, reportados pela consultoria Adweek, a indústria dos games superou, em termos de receita, as franquias bilionárias americanas de esportes – NFL, NBA, MLB e NHL – combinadas. Sim, todas as maiores franquias de esportes do mundo, em termos de faturamento, foram superadas juntas pela indústria dos games.
Além disso, a matéria traz informações sobre valores de produção de novos jogos de videogame que estão frequentemente superando os valores investidos para produção dos maiores filmes de Hollywood. Para se ter uma idéia, o jogo Cyberpunk 2077, custou 317 milhões de dólares para ser produzido; em termos comparativos, o filme mais caro da história de Hollywood foi Avatar, em que foram investidos 478 milhões de dólares.
Obviamente, que não são só estes dados que fazem com que os especialistas cravem que os games moldarão a cultura jovem, mas fatos como artistas “famosos” de Hollywood filmando a si mesmos jogando videogames, políticos fazendo games ou participando desse ambiente em busca de votos – como Joe Biden – presidente americano eleito nas últimas eleições, além de marcas de moda de luxo fazendo campanhas totalmente no ambiente virtual dos games.
A matéria ainda cita que o YouTuber Start – PewDiePie – que filma a si próprio testando e jogando videogame, tem mais popularidade no mundo que o maior astro dos esportes de basquete da atualidade – LeBron James.
Antigamente o rock e o hip hop, falando de cultura americana, inspiraram os jovens; hoje, é a vez dos jogos e o “streaming”.
Em outro estudo trazido no artigo, 68% dos jovens da Geração Z disseram que os games eram parte importante de suas identidades, 91% afirmaram que jogam videogames regularmente e 74% mencionaram que os games os ajudam a se manter conectados com seus amigos.
A transformação digital, que tanto falamos por aqui, não é uma opção. E quando falamos desse tema, é bom sempre frisar que a necessária transformação é a de mentalidade.
O jogo ganho no passado não garante sucesso futuro, disso temos certeza – as poucas que podemos nos dar ao luxo de ter nesse novo Mundo.