A fintech Neon Pagamentos anunciou aporte gigantesco de R$ 1,6 bilhão, colocando a startup na rota para um valuation (valor de mercado) de US$ 1 bilhão em breve – temos que lembrar que o câmbio não tem ajudado muito.
E embora já haja uma certa crítica aos valuations gigantes, via injeção de capital por fundos, apenas para crescimento e não, necessariamente, lucro, é certo que ser um unicórnio é um marco para se celebrar.
Quanto mais unicórnios, mais saídas de sucesso de investidores ao longo da jornada, gerando mais capital para reinvestimento.
A Neon Pagamentos tem uma história interessante.
Ela foi uma das primeiras fintechs investidas pelo time de Venture Capital da Distrito – um dos maiores ecossistemas de inovação do país.
A saída (exit) da Distrito ocorreu com muito sucesso, dando retorno para os investidores, que, segundo a Distrito, reinvestiram o capital, seguindo a lógica de que os cases de sucesso geram mais capital e conhecimento para novas empresas, realimentando o ciclo.
A empresa, no entanto, teve que superar uma crise institucional gigante, quando o banco parceiro, que fazia as operações bancárias para a Neon Pagamentos – conta digital -, que possuía o mesmo nome – Banco Neon – foi liquidado pelo Banco Central, ou seja, teve sua operação extinta.
À época, a Neon Pagamentos havia recebido um aporte milionário para ampliar sua carteira de clientes e reforçar a operação. Logo, a notícia da intervenção e liquidação do banco parceiro foi um baque. No entanto, esse evento, que poderia ser desastroso, em virtude da forma como foi encarado e superado, não impediu que a fintech seguisse seu caminho de sucesso e crescimento.
Um ponto muito interessante nessa história foi a forma como a empresa lidou com a crise. Transparência total, muita atenção aos clientes e uma velocidade incrível para lidar com a situação, o que permitiu que o abalo de imagem fosse contido. Muitas empresas, em eventos de menor complexidade, não tiveram a mesma sorte para seguir operando.
A Neon é mais um caso de sucesso de uma fintech brasileira, o que se nota claramente pelo peso do time de investidores como General Atlantic, BlackRock, Vulcan Capital, PayPal Ventures, Endeavor Catalyst, além de Monashees e Flourish Ventures, que investiram em rodada anterior e acompanharam nessa.
Deve-se destacar, ainda, que as rodadas anteriores foram Serie A de R$ 72 milhões em 2018 e outra em novembro de 2019 no montante de R$ 400 milhões.
A empresa noticia possuir 9 milhões de contas e afirma que essa rodada servirá para aumentar a oferta de crédito, o portfólio e o time.