O Brasil é um país agrícola, grande parte do nosso PIB é mantido pelo setor Agro. Aliás, a queda do PIB no ano de 2020, ano em que quase todos os países do mundo sofreram quedas drásticas em seu Produto Interno Bruto, só não foi maior por conta do Setor Agrícola. Segundo dados do IBGE, o PIB brasileiro, em 2020, foi de R$ 7,4 trilhões, o que representou uma queda de 4,1% em relação ao ano anterior.
Como o Agro representa 25% do PIB brasileiro, seu crescimento foi um dos fatores que os especialistas atribuem ao recuo “pequeno” do PIB.
É claro que há diversos motivos para o “sucesso” do setor no ano, que incluem fatores externos, especialmente a alta do dólar, continuidade dos serviços no campo durante a pandemia – ao serem classificados como essenciais -, falta de grãos no mercado internacional e clima favorável. No entanto, há mais dois fatores que chamam a atenção e que estão relacionados entre si e com os outros listados: 1) safra recorde de grão na história e 2) investimentos massivos em tecnologias (chamados pacotes tecnológicos avançados, que incluem sementes, defensivos, fertilizantes e rações de maior qualidade, por exemplo).
A safra recorde, obviamente atribuível muito ao clima e a fatores externos, é dependente de todos os outros fatores listados acima. Mas existe algo que pouco aparece nos relatórios, mas que fica muitas vezes a cargo da tecnologia.
Estamos vendo no Agro uma nova fase de profissionalização da gestão, que tem levado não só à adesão de tecnologias, mas, de fato, à inovação.
Embora, muitas vezes, afastado da realidade das cidades, o setor agrícola é um prato cheio para inovações, já que tem diversos gargalos a resolver, gera muito retorno ao capital investido e tem uma demanda cada vez maior. O que faltava, por vezes, até pelo envelhecimento dos administradores dos mercados, era um olhar mais profissional, capaz de gerar mais valor aos negócios do campo.
Com uma nova geração de empreendedores e profissionais surgindo, está sendo inaugurada uma nova fase, com gente de cabeça mais aberta e querendo ver no campo o que se vê nos centros empresariais: gestão profissional focada em resultado e longevidade dos negócios. E, como todos os outros campos, abre-se espaço para inovação.
Inovação, como se diz, depende de pessoas com a mentalidade certa, processos e fluxos simplificados e, aí sim, tecnologia.
Isso é o que se vê no campo.
Profissionais abertos à inovação e focados em resultado, trazendo profissionais qualificados, criando e adotando soluções de tecnologia e vendo os negócios prosperarem.
As Agrotech e AgroFinTechs são empresas que estão surfando essa onda, levando não só tecnologia direto para o campo, mas também para a gestão das fazendas e negócios a elas relacionadas.
De drones de alta precisão a sistemas de gestão de produtividade, estoque, compras e etc, o campo agora é espaço para se inovar, empreender e usar o que há de mais tecnológico.
A mudança é de mindset, mas o resto vem junto.