Dilema das Redes

Todo mundo já se acostumou com o bordão "se você não paga pelo produto, o produto é você."

Todo mundo já se acostumou com o bordão “se você não paga pelo produto, o produto é você.”

Basicamente, a Internet e as redes sociais funcionam, logicamente, em um sistema rentável e, aparentemente, claro de que alguém sempre paga pelo que está sendo consumido – via de regra, empresas que queiram “aparecer” no nosso feed. 

A clareza que falta a muita gente é que existe (ou pode existir) um sistema um pouco mais complexo das regras por trás dessa dinâmica de consumo e de manipulação na internet. 

O Documentário “O Dilema das Redes”, premiado no Festival de Cinema Sundance em 2020, de maneira muito didática, explica a forma como as redes sociais e as empresas gigantes de tecnologia usam o estado da arte em termos de inovação, design e tecnologia, para manipular os usuários. 

Ao explicar de forma muito clara o funcionamento de funcionalidades importantes, que fazem os usuários ficarem “presos” às redes sociais, os produtores trazem declarações fortes e chocantes como “dois tipos de indústria chamam clientes de usuários: a das drogas ilegais e a de softwares.”

Certamente pela  forma didática com que o funcionamento das redes sociais é exposto e pelo momento que vivemos – um longo isolamento social potencializador do nosso uso da internet -, haja tanto furor quanto ao documentário, que não é o primeiro sobre o tema, mas, com certeza, o mais impactante e falado. 

Só para termos uma ideia do impacto do documentário, a Revista Exame aponta que houve um aumento de 250% nas buscas dos termos envolvendo “desativar conta do Facebook” após o lançamento do filme. 

É certo que o assunto é super complexo e que ninguém deve ficar surpreso que exista um oceano de questões abaixo do que enxergamos, quando se fala em redes sociais e as empresas gigantes de tecnologia. 

No entanto, como tudo na vida pode ter dois lados, embora bem produzido e didático o Documentário – o que democratiza a informação -, não se pode esquecer que o Netflix compete diretamente com as redes sociais pela atenção do usuário, e embora as pessoas (e o mais preocupante, as crianças) estejam sim cada vez mais hipnotizadas pelos celulares, lá também estão os aplicativos do Netflix. 

Além disso, os olhos vidrados na televisão com Netflix, que também usa algoritmos super potentes para que as pessoas “maratonem” nas séries, é um problema tão relevante quanto as próprias redes sociais.

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